Itaguara
Um passado de
glórias, um futuro de conquistas
Edição
11 27/06/2014 CIDADES
Por Fleury Rosa
Fotos: Assessoria de Comunicação Prefeitura
Municipal de Itaguara e Internet
Fotos: Assessoria de Comunicação Prefeitura
Municipal de Itaguara e Internet
“Sob
o verde esperança da mata
Dorme
o índio seu sono tranquilo
Nas sedências
de ouro e de prata
A
sonhar da esmeralda c’o brilho”
O
sonho do ouro e do enriquecimento dominou muita gente e está presente na
história brasileira desde o descobrimento. O brilho da turmalina enganou os
bandeirantes como se fosse esmeralda, cujos encantos atraíram Fernão Dias Paes
Leme e inúmeros outros bandeirantes até as terras de Minas Gerais.
De
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 1675,
Lourenço Castanho Taques, seguindo os mesmos caminhos de Fernão Dias, chegou à
região central do Estado, onde viviam os índios cataguases a quem dominou e
subjugou após uma luta brutal e sangrenta. O invasor branco ficou com tudo e
para deixar isso muito claro, deu ao palco da peleja o nome de Conquista.
Segundo o historiador Diogo de Vasconcelos, este foi um dos primeiros arraiais
de Minas.
Ao
ser criado o município de Itaúna, em 1901, o distrito de Conquista foi anexado
a ele. Criado com a denominação de Distrito de Nossa Senhora das Dores da
Conquista, pela Lei Provincial nº 1667, de 14 ou 1609-1870, e Lei Estadual nº
2, de 1409-1891, havia sido inicialmente subordinado ao município de Bonfim.
Todavia, pela Lei Estadual nº 319, de 16-09-1901, o distrito de Nossa Senhora
das Dores da Conquista, foi transferido do município de Bonfim para constituir
o novo município de Itaúna, embora em divisão administrativa referente ao ano de
1911, o distrito de Nossa Senhora das Dores da Conquista, ainda figurasse como
pertencente ao município de Itaúna, assim permanecendo nos quadros de apuração
do recenseamento geral de setembro de 1920.
Prefeito itaguarense Alisson Diego Batista Moraes. Mandato 2009/2016 |
Foi
em 1923, por força da Lei Estadual nº 843, de 07 de setembro, que o distrito de
Nossa Senhora das Dores da Conquista passou a denominar-se Itaguara. Na divisão
administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Itaguara ainda figura
como pertencente no município de Itaúna, o mesmo se dando nas divisões
territoriais datadas de 31/12/1936 e 31/12/1937.
O
Decreto-Lei Estadual nº 1058, datado de 31 de dezembro de 1943, elevou
Conquista à categoria de município com a denominação de Itaguara,
desmembrando-o de Itaúna e indicando a sede da nova cidade na sede no antigo
distrito de Itaguara. Em função disso, os itaguarenses – além do réveillon -
comemoram no último dia do ano o aniversário da cidade e no primeiro do ano
seguinte a instalação oficial do novo município.
Esta
foi uma conquista de todo o povo, capitaneado por representantes ilustres:
Padre Geraldo Rodrigues Costa, Francisco Morais Rezende, Antônio Ferreira de
Morais, Antônio Geraldo de Oliveira, João da Costa Guimarães, Mário Lima, Pedro
Dias da Silva, Wandy de Morais Silva, Benedito Quintino, Nelly de Morais e
Bolívar de Freitas, este último escolhido para ser o presidente desta comissão
de notáveis (moradores).
Vista aérea de Itaguara - 2013 |
Itaguara, localizada a noroeste da
Capital Mineira, a 95 km de distância de BH, faz parte da Região Metropolitana
de Belo Horizonte e o acesso ao município é feito pela BR 381 – Rodovia Fernão
Dias. De acordo com o Censo Demográfico de 2010, realizado pelo IBGE, a cidade
conta com uma população estimada em 2013 de 12.999 habitantes espalhados em uma
área total de 410.468 km2, no bioma de cerrado e mata atlântica. Está incluído
no Circuito Turístico Campo das Vertentes, fazendo parte da Região Centro –
Oeste de Minas Gerais. A sede do município está localizada a 839 metros de
altitude em relação ao nível do mar, sendo os seus pontos mais altos os Picos
dos Paivas (com altitude máxima de 1.230 metros) e Sumaré.
Para
quem aprecia, a posição geográfica de Itaguara é determinada pelo paralelo 20º
23’ 20” de latitude sul em sua interseção com o meridiano de 44º 29’ 20“ de
longitude oeste. Os municípios vizinhos são Carmópolis de Minas, Cláudio, Carmo
do Cajuru, Piracema, Crucilândia, Rio Manso e Itatiaiuçu.
“Se
o torrão que hoje é nosso custara
Todo
ardor que o nativo carinha
Eia!
Vamos pertence a Itaguara
Destas
plagas tornar-se a rainha”
(Estribilho
do Hino de Itaguara, que tem letra de Paulo de Oliveira Rezende
e música do
maestro Luiz Gonzaga de Paula)
Em
seu mapa rural estão as comunidades de Agrelos, Aroeiras, Aurora, Barro Preto,
Boa Vista, Boa Esperança, Butua, Cachoeira, Cambinda, Campo dos Gentios, Campo
Grande, Capoeira da Cana, Catucas, Fangueiros, Laje, Limeira, Matinha, Marta
Porco, Mato Dentro, Pará dos Vilelas, Pataca, Pipoca, Ribeirão dos Cornélios,
São Bento, Sapecado, Sarandi, Serrinha, Sumaré e Quilombo, todas elas ligadas à
sede do município por estradas vicinais, nelas existindo capelas, escolas
(inclusive através de nucleação – municipalização), energia elétrica, telefones
públicos, quadras esportivas, postos de saúde. Em algumas, tem ainda
consultórios dentários e associação de moradores.
Pontilhão do Pará dos Vilelas |
A
hidrografia de Itaguara é formada pelo Rio São João, Ribeirão Conquista e Rio
Pará que é utilizado como limite entre os municípios de Itaguara, Carmópolis de
Minas e Cláudio. O Ribeirão Conquista e o Rio São João fazem parte da Bacia do
Rio São Francisco. O ribeirão deságua no Rio Pará, na região dos povoados da
Pipoca e Aurora e o Pará deságua no São Francisco.
O relevo apresenta uma topografia
ondulada (70%), mas com áreas planas (10%) e montanhosas (20%). Os solos são
argilosos, de moderada resistência à erosão, de profundidade variável, de baixa
e moderada fertilidade natural, com maior aproveitamento na pecuária. As
montanhas são rochosas, as serras arredondadas e com vegetação de cerrado e nas
encostas, floresta tropical.
“O
desperta e o feroz patriota
Com
seu tosco aparelho de guerra
Que
importa a vitória ou a derrota
Só
deseja salvar sua terra”
Salvar
a terra e preservar aquilo que ela tem de melhor, além de sua gente: as belezas
que a própria natureza criou com tamanha generosidade. Com privilegiada posição
geográfica Itaguara valoriza sua origem histórica de centro de pouso ou
passagem para os bandeirantes. Não é sem razão que é reconhecida por sua
hospitalidade. “Em qualquer parte do mundo aonde se vá é possível encontrar um
itaguarense ou alguém que já visitou a cidade e se encantou com seu
acolhimento, ou ainda que já tenha ouvido falar de seus encantos por algum de
seus filhos”, defendem ferozes patriotas.
O
clima ameno, as belas áreas naturais com muitas matas e trilhas que oferecem um
belo cenário para uma boa caminhada, com uma fauna e flora bastante
diversificada, e um número grandes de belas cachoeiras, proporcionam momentos
de contemplação entre o universo e o homem.
Possui
ainda culinária típica, doces, biscoitos e aquela comidinha caseira feita no
fogão à lenha, nas fazendas que lembram o Brasil dos Coronéis, nas caminhadas
pelas serras, nos banhos de cachoeira, num “bom causo”, narrado de modo
especial a partir do chamado “jeitinho itaguarense de ser”, os trabalhos de
artesanato conhecidos mundialmente, na hospitalidade citada pelo imortal
Guimarães Rosa.
Pontos turísticos
Cachoeira da Pataca |
Cachoeira do Eldorado |
Engenho Velho |
O
calor que tem feito nos primeiros dias do ano, o céu de brigadeiro emoldurando
um sol forte, é um convite especial para o banho de piscina, de rio, de
cachoeira. Itaguara tem muitas, como a da Pataca, localizada a 4 km do centro,
na saída para Crucilândia (MG-040). Ela possui uma caída d’água de
aproximadamente 3 metros de altura e a trilha é de fácil acesso, inclusive para
estacionamento de veículos e Cachoeira Eldorado, um pouco mais à frente - 5 km
do centro – na mesma rodovia. A trilha para chegar às quedas d’água apresenta
grau de dificuldade médio.
Outro
passeio muito badalado é a visita às Ruínas do Engenho Velho. Em uma área
particular, aproximadamente 8 km distante do centro da cidade, existe uma
fazenda histórica, da época da escravidão, com diversas ruínas de construções
feitas de pedra, inclusive a do moinho, construído pelos escravos. O cenário é
imperdível e apresenta uma vegetação exuberante. As ruínas se interagem com a
vegetação e paisagem. O Engenho Velho como é conhecido possui ainda área de
camping e restaurante com aquela comida típica mineira.
Um
pontilhão que liga a história
O
distrito de Pará dos Vilelas está localizado próximo à cidade de Cláudio,
distante 22 km da área central de Itaguara. Foi o primeiro povoado do município
e se chamava Conceição do Pará (quando em 1734 pertencia a Mariana). Possui
aproximadamente 700 habitantes que vivem da agricultura de subsistência, da
pecuária leiteira e de dois alambiques.
A
atração maior, no entanto, é o pontilhão datado da metade do século XX, mesmo
possuindo linhas simples. Com largura que permite a passagem de apenas um
veículo, a pequena ponte fora construída toda em concreto armado, possuindo
duas vigas curvas, que unicamente conformam as laterais, sendo engastadas
através de vigas retas que criam a amarração e por esbeltos pilares vinculados
na curvatura e no imenso pilar de sustentação. O local é muito utilizado para
pesca amadora.
Pontilhão do Pará dos Vilelas |
A
comunidade de Pará dos Vilelas se orgulha, no entanto, da histórica Igreja de
Nossa Senhora da Conceição, erguida em 1746. Contam que a ermida foi construída
pelo padre Manoel Marques Ferreira, que veio conseguir o local pela carta de
sesmaria em 20 de maio de 1746. Há, ainda, a lenda alimentada pela memória
cotidiana de que dois pescadores que desciam o Rio Pará em busca de peixes
seriam os construtores da igreja, para pagar promessas feitas à Mãe de Deus
para que os salvassem das águas durante uma violenta tempestade. Não faz muito tempo,
a capela passou por minuciosa restauração, resgatando sua originalidade.
Por
falar em religiosidade, não há como não mencionar a Igreja da Matriz, dedicada
à padroeira do município, Nossa Senhora das Dores, e cartão postal da cidade.
Plantada no centro de uma bela e arborizada praça igual mente um orgulho de
todos os Itaguarenses - a sua construção foi feita em partes. As obras tiveram
início em 9 de abril de 1887 e em maio de 1889 aconteceu a bênção da Matriz.
Antes da entronização da imagem da
padroeira no altar provisório, ela percorreu as principais ruas do arraial com
solene repique de sinos. Após as festas de comemoração, o vigário Padre
Gregório Couto propôs completar a obra da Igreja erguendo as partes que haviam
sido suprimidas do projeto inicial.
Assim, somente em 1922, chegaria ao fim
a construção da Matriz Nossa Senhora das Dores de Itaguara.
Cidade terá a chance de reaprender sua
história
“Da
Conquista lhe nascem as dores
E do
seio se levanta Sobreiras
Homem
digno e demais fundadores
Nos
deixaram lembrar as bandeiras”
Uma
nova bandeira se levanta e pode significar uma nova trilha na caminhada de
Itaguara, já a partir do segundo semestre deste ano, caso o bispo diocesano de
Oliveira, filho desta terra, dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro cumprir a
promessa e publicar o tão esperado livro que ele prepara há quatro décadas
sobre a história de Itaguara, desde seus primórdios.
Uma
pequena mostra do que está por vir em termos de debate, de muita discussão, foi
dada por ele durante encontro com historiadores e conhecedores da vida
itaguarense, em dezembro último, no auditório da Escola Estadual Coronel
Frazão. Segundo ele, os limites territoriais da cidade mudaram muito, passando
de algo próximo à metragem que corresponde hoje à área central da cidade - o
entorno da igreja matriz - e uma área ainda maior que os atuais 410 mil metros
quadrados – um trecho grande, de 10 a 20 km2, pertencente ao município, foi
alagado pela represa de Carmo do Cajuru.
Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores-2010 |
Outra
novidade do livro que deverá chamar a atenção é quanto ao nome Itaguara. Nada
de Pedra Lascada, ou Pedra do Lobo. O autor traz nova versão, dando conta da
mudança de nome para Itaguara como resultado de inspiração maçônica e sem ter
nada a ver com a Semana de Arte Moderna de 1922. Um levante maçônico e
nacionalista teria o intuito de acabar com nomes das cidades ligados a santos e
o nome Itaguara, seria um novo neologismo de difícil tradução e significação,
algo a ver com habitante da pedra.
“Certo
é que Dom Miguel é a maior autoridade historiográfica da cidade e da região, e
confirmação da essência mineira de Itaguara. Se Minas é o estado síntese do
Brasil, Itaguara é a cidade síntese de Minas Gerais”, afirma o prefeito
Alisson Diego Batista, que acredita estar a comunidade, a região e todo o
Estado, diante de um desafio que é tornar essa revisão história possível,
certamente passando pela Academia.
Claro
que para isso será preciso uma participação mais efetiva dos cidadãos
itaguarenses como protagonistas de sua nova história. “O itaguarense é uma
figura que aparenta ser passivo, mas é muito inteligente e crítico, sem ser do
conflito. Ele preserva a raiz receptiva, mineiramente desconfiada, mas
inteligente e por dentro das coisas. Cobra muito, embora não participe tanto,
especialmente quando as demandas são coletivas e não pessoais”, define o
chefe do Executivo.
Retratos
do dia a dia
Praça Maria do Roque. Foto - Lílian Nascimento 2015 |
Quem
observar atentamente a cidade em seu dia a dia vai perceber um retrato comum a
outras localidades em cada uma das diversas áreas de análise. Em outras
palavras, perceberá avanços importantes em um setor e nem tanto em outros, mas
sempre numa caminhada constante em busca de crescimento, desenvolvimento e
melhores condições de vida para seus cidadãos.
Itaguara,
por exemplo, quer ouvir mais Itaguara e a administração municipal anuncia que
além das três ou quatro pesquisas de opinião realizadas ao longo de cada ano,
pretende institucionalizar um instrumento oficial de audição da população, a
Ouvidoria Municipal. É um desafio a ser enfrentado pela primeira vez nestes 70
anos de emancipação político-administrativa que se efetivará pelo portal da
Prefeitura na internet, por telefone ou de forma presencial. Um canal que
permitirá o registro das demandas, da audição das mesmas e, claro, das
soluções.
Certamente,
entre as demandas que serão apresentadas, muitas delas serão referentes à
saúde. Em 2009, com as ferramentas possíveis para aferir as reivindicações
municipais, a prioridade número um era investimento em infraestrutura, tanto
rural quanto urbana. Hoje, após resolvidas questões como pontes, calçamentos,
asfalto, recuperação de estradas e afins, a saúde se apresenta como principal
desafio a ser enfrentado.
Por
falar em infraestrutura, a Secretaria Municipal de Obras informa que o foco
principal neste momento é a limpeza urbana, que inclui capina, roça,
recolhimento de entulhos, notificação de lotes irregulares e a utilização
indevida de passeio para depósito de material de construção. “Estamos
fazendo isso e registrando tudo com fotografias para que, via redes sociais, as
pessoas possam acompanhar o trabalho. Mostramos o antes e o depois e posso
garantir que as críticas já se transformam em palavras de incentivo”,
afirma o secretário Gustavo de Miranda Tavares.
Saúde
Dados
repassados pela Administração Municipal dão conta de que em 2009 a subvenção
destinada pelo município à Santa Casa era de R$36 mil/mês. Este repasse se
destinava a cobrir plantões diários mais maternidade (anestesia, pediatria e
obstetrícia). Em 2013, o montante foi de R$115 mil/mês, um aumento muito acima
da inflação no período, muito além dos repasses federais e estaduais ao
município.
Na
avaliação do prefeito Alisson Diego, houve uma valorização da Santa Casa como
instrumento de saúde pública, já que “para os governos Federal e Estadual,
este modelo de hospital deveria ser fechado. Ao contrário, estamos lutando para
a manutenção e melhoria do mesmo em respeito à população e em especial àqueles
que contribuíram efetivamente para a sua construção, desde a doação do imóvel à
venda de ovos de porta em porta”.
Inauguração da Rede Farmácia de Minas, em 2011 |
Inauguração - Farmácia Pública, 2011. |
Está
claro que a Santa Casa de Misericórdia é um patrimônio de todos os itaguarenses
e que por isso mesmo a comunidade, que fez muito para a sua construção, precisa
saber valorizar essa conquista, assim como outras, igualmente importantes.
Entre elas a implantação do Centro de Referência em Saúde Mental – Cersam, que
conta com psiquiatra, enfermeiro, terapeutas ocupacionais e psicólogos
atendendo durante toda a semana. Itaguara sempre teve um histórico grande de
doenças mentais, inclusive com elevados níveis de suicídios e foi preciso
convencer o Governo Federal da necessidade de implantação do centro na cidade,
que atende cerca de 300 pessoas por mês, daqui e de cidades vizinhas. A queda
do número de suicídios, embora a maioria das pessoas não note isso, nesses dois
anos de funcionamento do Cersam, foi significativa.
Painel pintado pelo artista cubano Francisco Rivero
na Unidade
Básica de Saúde Geni Alves de Lima, no centro de
Itaguara
Prevenção
é palavra chave em saúde pública, por isso é preciso valorizar ainda mais os
PSF – Programa de Saúde da Família, que já somam cinco no município. Cada PSF é
formado por um médico, enfermeira, dois técnicos de enfermagem, quatro agentes
de saúde, um dentista e uma auxiliar de consultório dentário. O médico da
quinta equipe é pago pelo Programa Mais Médico, lançado recentemente pelo
Governo Federal.
Todo
cidadão tem direito de acessar o PSF. A atenção básica para tratamento
preventivo deve ser feita nos PSF, inclusive a pediatria. Segundo a Prefeitura,
houve uma ampliação nos últimos anos de mais de 30% no serviço de consultas
pediátricas na cidade, com médico especialista disponível nos postos de segunda
a sexta-feira.
O
grande problema é a pessoa chegar ao hospital, em busca de socorro e ouvir na
recepção que não tem médico. Na avaliação do prefeito, este é um problema que
ocorre cada vez menos na Santa Casa, único hospital da cidade, que dispõe de
médicos nos 30 dias do mês, para atendimento de urgência e emergência. Um ou
outro dia, por motivos diversos, pode até ficar sem médico, mas é algo pontual.
Acredita o gestor que está “próximo de uma solução plena do mesmo, já que
dentro do atual modelo de saúde do país, não tem como manter
plantões diários de todas as especialidades. Ficam os clínicos”.
Se
tratando de modelo de saúde no país, ele impõe a muitos itaguarenses constantes
viagens aos centros maiores para consultas e exames especializados. A entrada
de Itaguara no Cismep - Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraopeba,
com sede em Betim, que já reduziu em muito o tempo de atendimento, por exemplo,
em otorrinolaringologia, angiologia e oftalmologia, passando de dois a três
anos para dois a três meses de espera. Além disso, os pacientes são levados em
veículos mais novos e confortáveis, “já que a frota vem sendo renovada e
ampliada sistematicamente”, como diz o administrador municipal.
Falando
em veículos da Saúde, Alisson Diego considera fundamental ressaltar a
importância do crescimento de toda a frota municipal, inclusive das patrolas.
Em 2009, a mais nova era uma patrola de 1977 e hoje a Prefeitura conta com três
motoniveladoras, sendo uma de 2010 e duas de 2013. “Uma conquista
inestimável. A cidade tem uma frota renovada lidar com seus desafios”,
declara.
Sempre é tempo de enfrentar desafios
“Conquistamos
o passado é de glória
Itaguara
pra nós é Conquista
Mostraremos
em marcha notória
Tendo
as bênçãos de Deus sempre a vista”
Crescer!
Ampliar as conquistas e ao mesmo tempo assegurar ao cidadão melhores condições
de vida, algo que o mundo econômico define como desenvolvimento sustentável.
Como fazer isso? Vencendo os desafios, que não são poucos. Inaugurar a Estação
de Tratamento de Esgoto, em fase de conclusão das obras, e que permitirá o
tratamento de 100% do esgoto urbano de Itaguara é um deles.
ETE: Obras avançadas - julho de 2015. |
O
sistema é composto por dois reatores de fluxo ascendente, filtro, desidratação
do lodo (leito de secagem), aterro sanitário de rejeitos, além de 9,6 km de
rede interceptora responsável por coletar os esgotos nas margens do Ribeirão
Conquista, Córrego Conquistinha (Dias), Córrego Cachoeira, Córrego dos
Nogueiras, Córrego Catiguá (atrás do Museu) e encaminhá-los por gravidade até a
estação elevatória, próximo à siderúrgica, de onde serão bombeados para a ETE.
Além de assegurar qualidade de vida à população, colocará Itaguara entre os 23%
dos municípios mineiros e os 37,9% municípios brasileiros que possuem
tratamento de esgoto.
Outro
desafio é a construção, ainda neste semestre, de uma escola de educação materno
– infantil, no Campo do Areão, que vai atender 300 crianças de 0 a 3 anos de
idade, em parceria com a Casa de Dona Dorica. Será oferecida educação gratuita,
pública e com o referencial da ONG. Trata-se de investimento de um milhão e
meio de reais cujo convênio com o governo federal já está assinado. A
expectativa é que a unidade seja inaugurada ate julho.
Para
os anos seguintes, há ainda o desafio de resolver os problemas crônicos de
fornecimento de água. Um projeto neste sentido já está pronto, ao custo de
R$200 mil e precisa ter a viabilidade implantada para dar um fôlego maior aos
futuros gestores. A cidade precisa de uma nova estação de tratamento de água e
a reformulação do sistema de distribuição, obra que deverá ser enfrentada mais
cedo ou mais tarde.
Vem
do secretário de Obras, Limpeza Urbana, Meio Ambiente e Agropecuária, Gustavo
Miranda, a informação do início das obras de construção das 10 primeiras casas
do Programa Nacional de Habitação Rural, na região da Boa Vista. Com ajuda do
Governo Federal, a cidade pretende construir 200 casas dentro do Minha casa,
Minha vida Rural para beneficiar famílias que apresentam vulnerabilidade
social. Quem tem casa em situação ruim ou não tem casa própria, terá acesso a
ela. Na área urbana, busca-se viabilizar a questão de terrenos para atender à
demanda e reduzir o déficit habitacional.
Distrito
Industrial começa a tomar forma
Não
tem como falar em desenvolvimento sem considerar a questão do emprego e da
geração de renda. Não tem como falar em crescimento econômico sem ampliação do
parque industrial, do comércio, do setor de serviços, situações que permitem à
cidade arrecadar mais, a gerar mais empregos e ampliar o círculo do giro
financeiro.
Prefeito e vice em visita ao distrito industrial "Pedro Silva" |
Ainda
no âmbito dos desafios, a cidade já comemora a constatação de que todas as
empresas do município cresceram muito nos dois últimos anos e que as cinco
maiores cresceram substancialmente. São empresas que tem raízes em Itaguara e
precisam ser incentivadas. Uma delas, a Móveis Conquista, por exemplo, já
desfruta desse incentivo, pois está se mudando para o Distrito Industrial – às
margens da BR 381 - que será revitalizado para atrair mais empresas, com o fito
de gerar empregos e elevar a arrecadação.
Itaguara
reconhece que tem nível baixo de desemprego, mas tem um elevado índice de êxodo
de jovens rumo aos grandes centros em busca de qualificação, formação e
melhores salários, o que coloca em xeque o nível de qualidade da mão de obra
disponível. Para tentar resolver estas questões e atrair novos investimentos, o
município oferece alguns incentivos, como terreno, impostos, infraestrutura
completa (terraplanagem, iluminação, carga energética).
A
cidade busca atrair especialmente empresas tecnológicas na área de alimentos,
para alimentar a vocação econômica maior da região. Estudo feito pela UFMG –
Cedeplar, um plano de desenvolvimento para as 34 cidades da região
metropolitana, apontou a vocação itaguarense para o setor de alimentos. A
extensão territorial e a ótima localização às margens da rodovia Fernão Dias
podem atrair empresas para beneficiamento de leite e hortifrutigranjeiros.
Negociações
estão em curso com apoio do INDI – Instituto de Desenvolvimento Integrado de
Minas Gerais e paralelamente Itaguara monta um grupo de trabalho com
representantes das secretarias municipais de Meio Ambiente, Gestão e a Chefia de
Gabinete para tratar deste assunto. Alguns flertes, mas nenhum namoro se
consolidou até o momento. Enquanto isso caminha o projeto de implantação do
Pátio dos Caminhoneiros que vai atender a mais de 1.500 profissionais do
volante. É preciso viabilizar a questão ambiental, fazer o contrato com os
donos do imóvel, com a Auto Pista para que isso torne realidade no máximo até o
ano que vem.
A
forte indústria do Turismo também passa a ser considerada como alternativa para
a produção do desenvolvimento municipal e conta com um reforço importante
inaugurado há dois anos, o Museu Sagarana, que neste pouco tempo já registrou a
visita de mais de 16 mil pessoas, metade, gente de fora da cidade. Também atrai
o chamado turismo de eventos as festas populares, como o Carnaval, o Festival
de Inverno, Festa do Rosário e o aniversário da cidade que coincide com o
réveillon. Há ainda o turismo ocasional, bastante significativo, que é a
vertente do turismo ocasional, praticado por quem conhece pessoas da cidade,
por quem já ouviu falar bem do lugar, de sua hospitalidade, por quem tem algum
vínculo com itaguarenses. É preciso ressaltar que tudo isso ainda acontece de
forma amadora.
Distrito Industrial Pedro Dias da Silva |
A
ligação do nome de Itaguara à figura de Guimarães Rosa, um dos principais
escritores da língua portuguesa e um dos maiores escritores brasileiros tem
tudo para alimentar esse ramo da industria local, desde que haja investimentos
privados que sustentem o turismo, como mais leitos de hotéis, pousadas. Quem
quer estudar o mundo roseano, por exemplo, acaba chegando em Itaguara. A cidade
recebeu recentemente professores da USP – Universidade de São Paulo, que fazem
doutorado sobre o escritor e sua obra, que foram conhecer o museu. A intenção
deles era passar o dia na cidade e experimentar tudo que fosse possível, da boa
proza à boa gastronomia. Passaram o dia, mas não dormiram porque acontecia um
evento na cidade e não tinha vagas em hotéis. O turismo rural casa muito bem
com a cidade, com o ambiente roseano, com a gastronomia, mas é preciso a
iniciativa privada acreditar e investir.
O
comércio de Itaguara no passado era caracterizado pelas casas de armarinhos e
casas de fazendas, que atendiam as necessidades dos homens do campo. Havia
estabelecimentos que traziam novidades de fora, como roupas prontas, perfumes,
louças, artigos que não eram fabricados no local.
0
primeiro comércio de Itaguara foi do senhor Antônio Pacheco Lima, que passou
para seu genro, Cornélio Pereira da Fonseca . A “Barateza sem rival” funcionava
em plena Praça da Matriz, esquina com a Rua Maria Felizarda (hoje a casa de D.
Dazinha).
Se
de fora vinha muita coisa, para o Rio de Janeiro, então capital da República,
vendia-se rapadura, arroz e muito mais. As tropas saíam de Itaguara – passando
por Itaúna - rumo à Cidade Maravilhosa.
João
Lima, pai do médico e futuro prefeito da cidade, Dr. Jacy de Morais Lima,
possuía uma loja na Praça da Matriz. Rodolfo Vilaça, mantinha ao lado da Casa
Paroquial, estabelecimento de armarinhos e fazendas. Dorvil de Moraes Lima,
negociante de fazendas, roupas feitas, ferragens, armarinho, molhados, louças,
ferro, fumo, mantimentos e todos produtos comuns a este ramo de atividade eram
na Rua Direita, atual Rua Padre Gregório, bem em frente à Farmácia Santa Luzia,
ponto de referência para as conversas vespertinas de Guimarães Rosa.
Tenente Ulisses Pacheco Lima, o primeiro
a levar chapéu de lebre e sapatos do Rio de Janeiro para Itaguara. Major
Teotônio, usava o porão de sua casa na Praça da Matriz, como ponto de comércio.
Rômolo
Ricci, negociava fazendas, armarinho, louças, calçados, chapéus e ferragens.
Sebastião Rodrigues do Couto tinha a Casa Espírito Santo, especializada em
enfeite, meias e gravatas, antecedeu a Farmácia Santa Luzia de Wandy Silva no
ponto. Pedro Dias da Silva, proprietário da Casa Silva, negociava artigos de
fazenda, armarinhos, calçados, chapéus, ferragens, louças, vidros, artigos de
papelaria. Guarino Brugnara, proprietário da Casa Esperança, negociava artigos
de fazendas, armarinhos, ferragens, louças e bebidas. Comprador de ovos, aves e
frutas e fazia o serviço de transporte de carga e pessoas para Belo Horizonte.
Vitalino Luiz de Oliveira, proprietário da Casa Oliveira, na antiga Rua
Direita, negociante de mantimentos e artigos de fazenda.
O
comércio atual é responsável por cerca de 40% da mão de obra empregada no
município que conta com uma boa estrutura de serviços, como os bancários,
graças à presença do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco
Siscoob.
Mãos
dadas pelo crescimento sustentável
O
Plano Diretor do Município apresenta quatro estratégias de desenvolvimento
sustentável, incorporando o chamado protocolo da Agenda 21. A de
Desenvolvimento Social visa uma política social e cidadã com qualidade de vida
urbana e rural; a de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico
trabalha a produção com equidade social e justiça redistributiva; a estratégia
de Desenvolvimento Urbano e Rural Ambiental para um novo modelo socioespacial e
sustentável e a de Desenvolvimento Institucional tendo em vista a construção de
uma gestão democrática do sistema de planejamento.
É
importante ressaltar que de acordo com os princípios, diretrizes e estratégias
da Agenda 21, entende-se por Desenvolvimento Sustentável ou sustentabilidade, o
processo de transformação no qual a exploração de recursos, a direção de
investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e mudança
institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de
atender às necessidades e aspirações humanas.
Em
outras palavras, desenvolvimento sustentável é tarefa de todos os cidadãos, de
todas as entidades envolvidas com esse objetivo, de alguma ou outra forma. O
presidente da Associação Comercial de Itaguara, Adorvelino José Camilo de O.
Andrade, diz que é preciso “detectar e estabelecer”.
Museu
amplia as conquistas da cidade
O
novo sempre atrai interesse, mesmo quando o tema é o velho, o acervo guardado
com esmero nas dependências do museu. Portanto, o que há de mais novo em termos
de Museu Sagarana é que ao completar dois anos de vida recebe a notícia de que
será ampliado, recebendo um espaço para exposições de longo prazo, um outro
para mostras de curta duração e ainda um ambiente para os debates.
De
acordo com o prefeito municipal, já em 2014 o Musa, que abriga e preserva um
importante acervo, que possibilita a preservação da história de amor literário
entre Itaguara e Guimarães Rosa, deverá ganhar um café, construído a partir de
uma Parceria Público Privada (PPP), espaço onde será permitida a comercialização
de souvenir (do francês, para lembrança).
O
Musa é, conforme definiu com correção e simplicidade o professor de História
Cássio Oliveira, também gestor municipal: “um excelente espaço para garantir
a preservação da história de nosso povo, o espaço por excelência da história
itaguarense”.
O
espaço museológico é mais, é “um lugar com múltiplos lugares e tempos
presentes simultaneamente, que permite a melhor compreensão do passado, do
presente e do futuro”, como definiu filosoficamente Marcelo Costa na Carta
de Apresentação do espaço, quando de sua inauguração.
“Mas,
meu Deus, como isto é bonito! Que lugar bonito para gente deitar no chão e se
acabar!…” Essas palavras são do escritor João Guimarães Rosa sobre
Itaguara, e estão registradas, com todas as letras e sentimentos, no livro
Sagarana, não sem razão, o nome escolhido para batizar o novo espaço de cultura
da cidade que ele escolheu para morar de 1930 a 1932 e que o acolheu tão bem.
Embora
Sagarana, o museu não é de Rosa, ao contrário, é dos itaguarenses, dos filhos
de uma terra que deixou importantes vestígios em sua obra, além de lhe
proporcionar amizades e personagens ilustres. O Musa é de cada um que ajudou e
que ainda hoje contribuem para a construção de uma Itaguara que as gerações
futuras certamente vão valorizar, a edificação de uma cultura como importante
fator de identidade social.
O
Museu Sagarana é, acima de tudo, um convite fincado bem no centro da cidade,
para que os visitantes, os passantes, os estudiosos, as pessoas ávidas por
conhecimento se encontrem, se alimentem, se enriqueçam e se completem.
Vale
a pena lembrar aqui as palavras do bispo diocesano de Oliveira,o itaguarense
Miguel Ângelo Freitas Ribeiro ao escrever sobre a vocação do museu de Itaguara,
“a instituição do ‘templo das musas’, onde se abrigue a história viva da
comunidade, a musa das fotografias e dos documentos relativos a Itaguara; da
musa dos vídeos com personagens importantes da comunidade das mais diversas
áreas; da musa da “Biblioteca Conquistana”, onde se recolham recortes de
jornais e publicações científicas, literárias e musicais sobre Itaguara e de
seus filhos; da musa do teatro e das exposições temporárias para a valorização
de talentos e a divulgação da cultura local e regional, da musa do crescimento.
Os sonhos se realizam quando sonhados conjuntamente por uma população envolvida
com um projeto cultural de qualidade que contemple não apenas o gosto das
massas iludidas pela manipulação da mídia, mas a construção de sua identidade
como povo”.
Artesanato
Itaguarense
A
arte é de quem a produz ou de quem a detêm? Ou seria de todos que a ela tem
acesso de alguma maneira? O tecido histórico de Itaguara passa necessariamente
pelos teares manuais que produzem o saber artesanal de nossa gente, tornando
rico e diversificado o patrimônio cultural.
O
tear, segundo os historiadores, fazia parte da bagagem dos colonizadores
portugueses quando no Brasil chegaram. Caracteriza a região centro oeste de
Minas desde o século passado, quando se cultivava o algodão e se criava
carneiro para produzir lã para o próprio consumo. Os teares eram construídos em
oficinas de fundo de quintal.
Apresentador da TV Alterosa, Otávio di Toledo no Centro de Artesanato Nica Vilela. 2015 |
A
continuidade desta rica herança cultural vem sendo passada de geração em
geração. Os fios se entrelaçam na vida e no trabalho das artesãs, passam pela
trama da arte e novas formas, novos olhares surgem. Tece o fio. Tece a vida.
Tece a trama do trabalho e da renda. Tece o fio do destino. Tece a história de
Itaguara.
Cartão
postal de Itaguara, o Centro de Artesanato Nica Vilela (1990), é um instrumento
de propagação da arte, uma alternativa de emprego e renda, e chama a atenção
pela criatividade na administração do grupo de artesãs. Para valorizar o
trabalho dessas mulheres, foi criada a Associação dos Artesãos e Produtores
Caseiros de Itaguara e Região, uma parceria entre a Secretaria de Trabalho, a
Igreja Católica do município e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
A
extensionista Vera Lúcia Gangá comenta que além de ser uma fonte de renda para
essas mulheres, o artesanato no município permitiu a permanência das famílias
no campo e evitou a mudança dos produtores rurais para os centros urbanos em
busca de novas atividades.
Segundo
a artesã Laura Pereira da Silva, a vantagem de tecer no Centro é que os custos
com a matéria prima ficam mais baratos. A Associação possui uma central de
compras, onde são adquiridas a matéria-prima diretamente do fabricante com
redução de custo de produção de até 30%.
A também
artesã Rosa de Oliveira diz que a tecelagem se tornou uma opção de atividade
para as mulheres rurais e que a filha Vanessa de Oliveira, ainda adolescente,
também trabalha nos teares. O artesanato, passado de geração a geração, além de
dar visibilidade ao município, promove a valorização da cultura local e
estimula o turismo.
Serviço:
Centro de Artesanato Nica Vilela
R: Padre Geraldo Rodrigues Costa, 40
Bairro dos Dias
tearitaguara@hotmail.com
(37) 3384-1814
Itaguara Um passado de glórias, um futuro de
conquistas - Parte II
Edição
11 27/06/2014 CIDADES
Bola de meia, bola de gude
“Bola
de meia, bola de gude
O
solidário não quer solidão
Toda
vez que a tristeza me alcança
O
menino me dá a mão
Há
um menino
Há
um moleque
Morando
sempre no meu coração
Toda
vez que o adulto fraqueja
Ele
vem pra me dar a mão”
(Milton
Nascimento)
Atrás
de uma bola sempre há uma criança, ensina-se. Há mais que uma criança. Há
jovens, adultos, esperanças, aprendizado, conquista. A bola está presente na
vida das pessoas desde muito cedo, dirteta ou indiretamente. No Brasil é
sinônimo de esporte.
No
próximo ano, o Conquistano Futebol Clube completa 100 anos de vida. Um pouco
mais nova a Associação Atlética Itaguarense se orgulha de ser o time mais
querido, graças às muitas conquistas. A rivalidade é só um aspecto dessa
história esportiva que envolve o itaguarense com o futebol, mas também com o
vôlei, com futebol de salão, as corridas (rústica, do golo), os enduros, as
bikes...
Foi
pensando na importância do esporte para a cidade e sua gente que o
vice-prefeito Anderson Rodrigues assumiu também a Secretaria Municipal de
Esporte. “A pasta de esporte estava bem fraca e precisava um empurrão”,
afirma, acrescentando que atualmente a cidade conta com o projeto “Minas
Olímpica que atende crianças de 7 a 13 anos e um programa de desenvolvimento
que contempla o futebol de campo e salão, com boa participação dos
itaguarenses”.
Segundo
o secretário de Esporte, a pasta prepara uma nova edição do campeonato rural de
futebol, onde só jogarão quem pertence às comunidades inscritas. Mais uma vez a
abertura está prevista para o dia 7 de setembro, dia da Independência do
Brasil. “Estamos organizando também, juntamente com a Prefeitura de Itaúna,
os Jogos Interativos do Centro Oeste Mineiro, com modalidades de futebol de
salão - tradição em Itaguara -, corrida rústica – a conhecida Corrida do Golo,
que foi resgatada depois de cinco anos de paralisação”, completa Anderson
Rodrigues, destacando ainda que há uma preocupação em aliar a prática esportiva
e o bom desenvolvimento escolar dos jovens, daí as parcerias firmadas entre
Município e escolas.
O
esporte de aventura, também conhecido como esporte radical, tem se tornado cada
vez mais comum e procurada por jovens e adolescentes. Itaguara é uma cidade
onde sua geografia montanhosa possibilita a pratica desse tipo de esporte. Já
são mais de oito grupos de trilheiros percorrendo os caminhos e montanhas de
Itaguara.
O
Downhill tambem é muito praticado em Itaguara, é uma forma do ciclismo que
consiste em descer o mais rapidamente possível um dado percurso, como o
trilhismo é muito prtaticado em itaguara, que tem a melhor pista de Downhill da
região.
Congado
A
tradição do congado em Itaguara é semelhante à de outros lugares em Minas. Uma
festa rica e cheia de beleza. Teve início com José Nicolau de Andrade,
conhecido com Senhor Bizuca, responsável pelo festejo por trinta e três anos e
permanece até hoje sobre o comando da família Andrade, na pessoa do seu
Valdivino. A cidade possui oito guardas ou ternos, que com seus cânticos e
instrumentos populares, como o reco-reco e tambores referenciam seus reis e
rainhas cantando e saudando Nossa Senhora do Rosário.
Festival
de Inverno
O
Festival de Inverno de Itaguara chega em 2014 à sua 14ª Edição, considerado o
maior evento cultural da cidade, tendo despertado o respeito da comunidade e
atraindo públicos cada ano mais significativos, da região e de outras partes do
Estado. O fomento à cultura, a difusão de valores, a oferta de lazer com
qualidade e a formação de conceitos éticos e humanitários, aliado a um
importante momento de divulgação de cultura e história municipal, tem sido
plenamente alcançado.
Show do Zeca Baleiro - Festival de 2015 |
Desde
a primeira edição, em julho de 2001, proposta pelo então prefeito Ubiraci Prata
Lima, com o tema “Nossa Cultura, Nossa Gente”, que buscou resgatar a cultura
popular de Itaguara e região, a festa foi um sucesso e já contou com a
participação massiva dos itaguarenses e imediatamente passou a integrar o
calendário oficial de eventos da cidade.
Vista da Praça da Matriz durante o XV Festival de Inverno |
A
comunidade interfere diretamente na programação do evento, seja na indicação de
atrações, por meio da organização das barracas de comidas típicas e de
artesanato, nos lançamentos de livros, e principalmente, comparecendo em grande
número aos espetáculos culturais (shows de músicas, danças, apresentações
teatrais, montagens circenses, oficinas e outros).
Rapadura
Itaguara
registra cerca de 20 produtores de rapadura que movimentam a economia rural do
município ao produzir mais de 95 mil unidades por mês. O processamento
artesanal da cana-de-açúcar é em forma de tijolos, com o doce feito a partir da
moagem da cana, fervura do caldo, moldagem e secagem, atividade mais que
centenária. “Fazer rapadura é uma herança de família. Comecei a aprender com os
meus pais. Hoje tenho um parceiro na empreitada. Atuo na produção e meu sócio,
que é de Pará de Minas, na parte comercial”, confirma Enilson Magno Teles que
representa bem o perfil do produtor de rapaduras de Itaguara.
Itaguara
realiza exposição de Orquídeas
É
praticamente impossível resistir ao perfume e à beleza de uma orquídea. Ainda
mais tratando-se de uma planta com tanta variedade. Estima-se que haja cerca de
35 mil espécies de orquídeas espalhadas pelo mundo, segundo especialistas. ‘É
a maior família de plantas com flores do planeta’, afirma o professor
titular do departamento de Botânica do Instituto de Biociência da Universidade
de São Paulo (USP), Gilberto Barbante Kerbauy. Seja grande, pequena, colorida,
branquinha, há sempre uma espécie para encher os olhos de admiradores. Não é a
toa que há quem colecione milhares delas. Outra vantagem, além da variedade, é
que os preços são democráticos: o mínimo que se paga é, em média, R$ 25,00.
Como toda paixão, a orquídea requer cuidados especiais. Quem fizer o básico,
mas com dedicação, poderá cultivá-la por muitos e muitos anos.
Quando
comprar um exemplar, pergunte o nome científico da planta para buscar
informações. “Se não souber isso e ela ficar doente depois, ninguém vai
saber ajudá-la nem dar informações precisas” diz uma colecionadora, que
também sugere nunca tirar a etiqueta. Outra dica: na hora da compra, o
consumidor não deve se impressionar com a beleza das flores, mas sim ficar
atento à saúde das folhas, observando se os brotos estão sadios e se as folhas
estão brilhosas. Para plantar, nada de terra nem areia. As orquídeas são
‘calçadas’ em musgo, casca de pino ou fibra de coco.
Outro
detalhe vital: seja qual for a espécie, orquídeas são plantas muito delicadas e
só se adaptam a um lugar que ficou determinado como seu hábitat. Sendo assim,
nada de ficar trocando a planta de lugar dentro de casa. Se ela chegou e ficou
perto de uma janela, é ali que deve permanecer. “Ela só precisa de um
ambiente que reconheça como seu”, resume outra fé da planta.
Os colecionadores e admiradores da
planta de Itaguara tiveram a oportunidade, de conferir a Oitava Exposição de
Orquídeas. O evento aconteceu no Poliesportivo, no mês de fevereiro com o apoio
da Prefeitura de Itaguara, por meio a da Secretaria de Cultura. A realização
foi da Sociedade Orquidófila de Itaguara.