O Cinismo é uma das mais interessantes correntes filosóficas do período helenístico. Suas ideias começaram a ser difundidas desde o séc. IV a.C e perduraram até o início da era cristã.
Muitos anos depois de Antístenes, "o criador do Cinismo", esses pensamentos e ideias inspiraram Marco Aurélio, o imperador, hábil humanista, que se utilizou de Crates (discípulo de Diógenes de Sinope, que era discípulo de Antístenes, aluno de Sócrates) para retratar a vaidade. Este excerto de Marco Aurélio é verdadeiramente interessante e retrata a essência do Cinismo (há algo de reflexão e verdade, ainda para os nossos tempos):
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Busto do imperador - museu Glyptothek - Munique |
"Assim como, dos pratos de carne e outros alimentos, o pensar que um é o cadáver de um peixe, outro o cadáver de uma galinha ou de um leitão; igualmente, do Falerno, que é o suco de uva e, da toga, que é o pelo de uma ovelha tinto com o sangue de um molusco, e, ainda, da copulação, que não passa de fricção do ventre e ejeção de muco acompanhada de algum espasmo; assim como essas ideias atingem as coisas em si e as penetram até ver o que elas são afinal, assim devemos agir durante toda a vida; quando mais fidedignas se afiguram as coisas, despi-las, contemplar a sua vulgaridade e suprimir os comentários que a estas conferem imponência. Porque a presunção é uma embusteira formidável e quando mais te imaginas entregue a tarefas sérias, aí é que estás sendo mais ludibriado". (Marco Aurélio, Meditações, VI, 13)
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Crates de Tebas |
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