quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Diego fala sobre eventos e espaços urbanos em Itaguara

Um itaguarense que está concluindo neste ano o curso de Arquitetura e Urbanismo em Belo Horizonte está fazendo o seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) sobre Itaguara e fez uma entrevista por email comigo. 

Achei o conteúdo interessante e pode ser importante que outras pessoas também tenham acesso. Por isso, divulgo aqui e louvo a iniciativa de todos os itaguarenses que pensam a cidade e ajudam a melhorar a nossa comunidade sob a ótica acadêmica. Muitos itaguarenses utilizam a cidade como objeto de seus TCCs e isso é prova de que Itaguara é mais que nosso local de nascimento. É nossa referência, é nosso lugar, é nossa comum unidade, nossa identidade. 

Segue abaixo trechos da entrevista:


Prefeito destaca reformas pontuais de praças:
"Pequenos espaços também são importantes".

1. Atualmente, quais são as restrições para a realização de eventos na cidade?

As restrições existentes são as legais (lei do silêncio e legislações afins). Há diversos moradores na praça, sobretudo os mais idosos, que certamente são prejudicados com os eventos que ali acontecessem. Já houve, inclusive, reclamações formais junto ao Ministério Público por parte de alguns moradores e a Prefeitura foi notificada a prestar esclarecimentos e o fez todas as vezes que recebeu tais notificações. Há também a Igreja que está na Praça muito antes de ali ser um espaço para festividades.

2. O que os moradores da Praça Matriz e a Igreja reclamam sobre as festas?

Basicamente reclamam de três coisas: 1. desrespeito por parte de algumas pessoas (público que urina em locais impróprios, bebem e deixam sujeiras próximo as casas e mesmo a Igreja); 2. do horário de término das festividades e 3. Do barulho ocasionado pela sonorização.

3. Sabemos que os participantes das festas ficam aborrecidos com a limitação da duração dos eventos em Itaguara, o que a Prefeitura busca para agradar mais o público?

A Prefeitura entende que a limitação de horários é essencial em qualquer evento público. Assim acontece nos lugares civilizados e nas festas bem organizadas. É importante lembrar que até os grandes festivais de música tem horário para terminar. A limitação de horário, além de atender  a estes requisitos de civilidade, também atende a requisitos legais, de segurança pública e de respeito aos moradores da Praça e a Igreja.

4. Há possibilidade de deslocamento dos eventos para um local mais adequado?

Sim. Este seria um objetivo. Entretanto, é fundamental dizer duas questões: Primeiro que a Praça, como diria Castro Alves “é do povo como o céu é do condor”. Isto é, a praça é essencialmente o local de reunião da comunidade, onde devem acontecer eventos públicos. É assim em diversas cidades do mundo. Acontecem eventos na Praça da Liberdade em BH, na Piazza del Popolo em Roma, na Praça de Piracema, enfim, nas praças de todas as cidades do mundo. O importante é que estes eventos atendam aos requisitos de segurança, respeito aos moradores e civilidade.

A outra importante questão é que falta-nos recursos para a construção de um local adequado para receber eventos de médio e grande porte. Muitos advogam que o Parque de Exposições poderia receber os eventos, mas há controvérsias e é fundamental ressaltar que o mesmo pertence ao Sindicato dos Produtores Rurais e não à Prefeitura.

5. A cidade de Itaguara é dotada de espaços de qualidade para o público? Qual a benfeitoria poderia ser realizada para melhorá-los?

Temos bons espaços públicos, mas falta-nos mais e melhores espaços e equipamentos de lazer e convivência para o nosso povo. Importante lembrar que espaços públicos de reunião são fundamentais que sejam não apenas construídos, mas também recebam a devida manutenção. Nossa gestão sempre teve esse olhar. Pensando nisso, reformulamos completamente a Praça Maria do Roque, a Praça do Museu Sagarana (Praça de Convivência) e a Praça de Aroeiras. Esta última estava completamente abandonada e desleixada por muitos anos.

Isso sem citar os pequenos espaços e as pequenas pracinhas que podem parecer espaços mínimos, mas que permitem a convivência dos moradores, além de revitalizar e valorizar os bairros. Construímos, por exemplo, uma pequena pracinha no Areião, a pedido da comunidade e reformamos e gramamos a área verde na rua Waldemar Ferreira de Morais (próximo ao Parquinho do Vista Alegre), o acesso ao Bairro Vista Alegre. Esses pequenos espaços urbanos fazem a diferença para a comunidade local. Pensar neles e ajustá-los é sempre muito importante.

6. Os espaços públicos são dotados de equipamentos que favoreçam a apropriação do espaço? Quais?

Algumas sim, outras não. De toda forma, nenhuma praça foi ou espaço na cidade foi pensada para receber grandes eventos. A Praça do Museu Sagarana hoje é a que possui melhor estruturação para receber eventos de pequeno/médio porte. Há ali tendas cobertas próximo ao Museu, bancos, adequada iluminação e espaço para eventos.

7. Qual o investimento municipal para a manutenção e criação de espaços para seus cidadãos?

Citei acima alguns investimentos na pergunta 5. De toda forma, ainda este ano refaremos completamente a Praça da Lagoinha, um espaço importante e tradicional para os moradores da região e para os moradores das comunidades rurais que ali tomam o ônibus. Há estudos ainda para reforma de jardins, canteiros e praças em outros locais da cidade, sobretudo na região do Bairro dos Dias/Novo Dias.


8. A Biblioteca Pública oferece apenas um local para armazenamento e empréstimos de livros. Não seria interessante um espaço que contemple outras atividades para o desenvolvimento do intelecto de seus usuários ?

Sim. O espaço é pequeno e com a completa informatização do local (foram instalados uma dezena de computadores) feita na Gestão 2009-2012 o espaço tornou-se ainda menor. Nossa ideia é transferir o “acervo histórico” (livros mais antigos, porque na verdade não temos um grande acervo dessa natureza) para o Museu Sagarana, que por sinal, possui um projeto de ampliação. Nossa ideia também é construir um espaço cultural que possa reunir a Biblioteca Municipal e um Teatro – há projetos iniciados neste sentido.

9. Ela oferece programas e/ou atividades para o desenvolvimento educacional da comunidade?

Sim. Há diversas iniciativas interessantes neste sentido. Os encontros literários, os recitais, enfim. Sobre a Biblioteca, é importante dizer que atualmente a gestão da mesma se faz através de uma parceria da Prefeitura (Secretaria de Cultura) com a comunidade. Existe uma Associação (Associação dos Amigos da Biblioteca) que tem sido muito ativa, e que, atualmente, é a responsável por boa parte da Gestão da Biblioteca.

10.   O acervo vem crescendo cada vez mais, já existe uma necessidade de expansão da biblioteca?

Sim, conforme respondido na pergunta 9.

11.   Uns dos principais incentivadores da busca por um presente é o seu embrulho. O MUSA pode conter obras interessantes no seu interior, mas seu obra de maior relevância e visibilidade, sua arquitetura é dotada de pouca expressão. Qual a sua opinião para uma proposta de museu mais contemporâneo na cidade?

O Museu foi um investimento cultural muito significativo porque contou quase exclusivamente com recursos próprios para a sua construção. Foi um feito realmente muito importante se levarmos em consideração que a cidade quase nunca fez obras exclusivamente com recursos próprios. Neste sentido, tivemos de adaptar o projeto às condições financeiras do município. E é preciso levar em consideração ainda que o local era uma praça com uma concha acústica. O museu foi construído e adaptado dentro daquele espaço.

Mas projetos são muito bem vindos. Receberia de muito bom grado um projeto para o Musa. Inclusive está em nossos planos uma obra para ampliação do mesmo em 2015. Essa proposta viria em um ótimo momento.

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