segunda-feira, 5 de outubro de 2020

As árvores e a vida na Terra

Parque Estadual Nova Baden, Lambari-MG, 2019.

No dia 21 de setembro, comemorou-se o Dia da Árvore em todo o território nacional - data instituída oficialmente na década de 60 em nosso ordenamento jurídico, com o precípuo objetivo de conscientizar a população da importância da preservação das árvores, e o seu papel essencial para a vida no planeta Terra. Esta data foi escolhida para coincidir justamente com a chegada da primavera em nosso hemisfério Sul. A estação das águas, das árvores e da vida.

As árvores estão conectadas com todas as formas de vida na Terra e a sua existência, pode-se dizer, é um dos garantes da nossa existência, bem como a de todos os seres vivos. Isso é algo tão elementar quanto urgente de ser dito: sem as árvores não existiríamos!

Dada a sua essencialidade, as árvores são consideradas o maior símbolo da natureza. Graças a elas, temos o oxigênio, o aumento da umidade e consequente qualidade do ar, a diminuição das erosões e a redução da temperatura. Sem árvores não há água! São as bacias florestais e as zonas úmidas florestais que fornecem 75% da água doce acessível do mundo.

As árvores também são lares para diversas espécies de animais. Dentre os animais arborícolas mais conhecidos, destaque para o bicho preguiça, animal típico das florestas tropicais das Américas Central e do Sul. O preguiça é um amante das árvores Cecropia, que dão os frutos conhecidos como embaúbas, existentes em nossa região.

Além de lares para os animais, desde o início dos tempos em que os homo sapiens habitam sob à Terra, eles se servem das árvores seja para o alimento, seja para proteção e conforto. Mais contemporaneamente, a comunicação escrita também só foi possível graças às árvores: a celulose extraída dos eucaliptos é utilizada para a produção de papel.

Na indústria farmacêutica, as árvores nos forneceram milhares de medicamentos e várias espécies possuem propriedades médicas desconhecidas e podem ser usadas na fabricação de toda sorte de medicamentos. As árvores provavelmente guardam a cura de muitos males que assolam a humanidade.

Apesar de todas as benevolências que nos são ofertadas pela Mãe Natureza por meio das árvores, será que temos as tratado bem? Você que me lê e eu que escrevo sabemos que não. Enquanto você lê este breve artigo, árvores estão em chamas e sendo covardemente cortadas em várias partes do Brasil.

O Pantanal este ano está vivenciando um dos piores senão o pior incêndio de sua história. De acordo com o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), de janeiro até a segunda quinzena de setembro, o Pantanal teve mais de 2,9 milhões de hectares atingidos pelo fogo. As queimadas estão se alastrando com facilidade e há diversos animais carbonizados ou severamente machucados pela chama e árvores totalmente destruídas. São milhões e milhões de vidas perdidas.

O ecossistema de um dos mais importantes biomas do mundo está neste momento em franca devastação. Isso nos afeta a todos os seres humanos e impacta diretamente a vida na Terra. As consequências dessas queimadas já atingiram outras cidades do país. Ou você acha que é por mero acaso que estamos vivendo em 2020 uma das maiores ondas de calor da história? Belo Horizonte registrou nos últimos dias quase 40°C, a maior temperatura da série histórica. O mesmo ocorreu com Cuiabá e Campo Grande.

Mudanças climáticas podem e precisam ser evitadas se quisermos a manutenção da vida no planeta. Para isso, cuidar das árvores é uma obrigação moral da espécie humana.

Se cada um de nós fizermos a nossa parte, a gente consegue melhorar um pouco o nosso ecossistema social e, por consequência, legar um mundo um pouco melhor, mais arborizado e menos caótico para as próximas gerações.

Por fim, vale lembrar que plantar árvores, denunciar as queimadas ilegais e não jogar lixo na rua são ações consideradas muito simples, mas que são capazes de impactar na preservação do local onde vivemos, melhorando a vida de todos os seres que habitam a “Casa Comum” - que é como o Papa Francisco se refere carinhosa e evangelicamente ao nosso planeta. Se a Casa é Comum, cuidemos todos !

Aproveito o ensejo para parabenizar o sublime amigo Camilo Joaquim de Oliveira Rezende, o nosso estimado Professor Camilo Leão, um pioneiro e visionário na preservação ambiental em Itaguara. Precisamos de mais Camilos se quisermos uma cidade melhor, um planeta habitável é um futuro possível.

E não se esqueça do primeiro mandamento da existência planetária: sem árvores, a vida não prospera!


Alisson Diego Batista Moraes, advogado, escritor, bacharel em Filosofia, MBA em Gestão Empresarial, mestrando em Ciências Sociais. Foi prefeito de Itaguara entre 2009 e 2016 e atualmente é secretário estadual de mobilização do Partido Verde de Minas Gerais. Em 2019, lançou o livro “Parques de Minas, Olhares Gerais”, cujo download gratuito pode ser feito neste link: www.nossaminas.com.br/ebook

** Artigo publicado originalmente no Jornal Cidades, editado em Itaguara-MG, em outubro de 2020.

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