segunda-feira, 20 de abril de 2015

Encontro de Sanfoneiros de Itaguara: tradição, estímulo ao comércio e muita diversão

* Ascom PMI


Uma das mais destacadas ações na área cultural da Gestão 2009-2016 é o Encontro de Sanfoneiros. Uma verdadeira manifestação cultural mineira e itaguarense.

Apesar de os primeiros registros históricos apontarem que a sanfona não foi criada no Brasil, mas sim na China, a tradição desse instrumento tão conhecido por nós brasileiros se mistura com a cultura da música popular em várias regiões do país. Em um primeiro momento, a nossa memória musical pode viajar até o Nordeste, onde ela foi e sempre será muito bem representada pelo legado de músicos como Dominguinhos, mas a verdade é que Minas Gerais também tem muitos talentos da sanfona, entre novas e antigas gerações.

Para celebrar essa importante tradição musical, incentivar a sua continuidade, valorizar e dar espaço aos músicos locais, no último domingo, dia 19 de abril, a Prefeitura de Itaguara realizou o 3º Encontro de Sanfoneiros de Itaguara e Região. Cerca de 15 músicos, profissionais e amadores, participaram do evento que aconteceu na Praça do Museu Sagarana, bem ao lado da Feira Livre de Agricultura Familiar, e transformaram o espaço em um arrasta-pé pra ninguém botar defeito. O público compareceu em peso e aproveitou a manhã de sol pra dançar, colocar o papo em dia, fazer compras na feira e levar as crianças para brincar.

Essa foi a terceira edição do Encontro de Sanfoneiros, que contou com o apoio da Divisão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura de Itaguara, responsável pela Feira Livre de Agricultura Familiar realizada todos os domingos. A ideia surgiu de uma conversa entre o supervisor de cultura e turismo da PMI, Camilo Lélis, e o professor de sanfona André Borges, no ano de 2013. De acordo com o supervisor, “André solicitou apoio da Prefeitura e a realização dessa festa seria uma forma de promover e valorizar os nossos músicos. No começo, a proposta era ser um encontro local, mas a mobilização foi tão grande que abrimos espaço para os sanfoneiros de toda a região”.

JUVENTUDE X TRADIÇÃO

Lucas Henrique da Silva tem apenas 17 anos de idade e toca sanfona há dois anos e meio. Suas influências vêm do sertanejo de raiz e desde pequeno, quando escutava Tonico e Tinoco e Trio Parada Dura, tinha essa inclinação musical. Lucas mora em Itatiaiuçu, cidade vizinha, e em sua família só ele toca. Uma vez por mês, o jovem sanfoneiro vem a Itaguara para ter aulas com André Borges e, mesmo acostumado a se apresentar em festas como a Folia de Reis, essa foi a primeira vez que participou de um encontro de sanfoneiros.

Apesar da pouca idade, Lucas Henrique mostra que tem consciência da importância que o seu interesse representa para essa tradição. “Hoje em dia, o sertanejo de raiz está muito debilitado, quase não tem nenhum representante jovem. Eventos como esse me deixam feliz porque muitas vezes penso que só eu me interesso pela sanfona, mas nesse tipo de encontro vejo que não é bem assim, ainda tem muita gente levando a tradição a sério”, completa Lucas.

MOVIMENTO EXTRA PARA O COMÉRCIO

Além do viés cultural, eventos como o Encontro de Sanfoneiros representam também movimento extra pra o comércio local. Marli Alves da Silva, 50 anos, é uma das proprietárias do Capril Santa Cecília, instalado na Fazenda Papagaios, em Itaguara. A produtora e comerciante vende produtos derivados do leite de vaca e de cabra na Feira Livre de Agricultura Familiar, como queijo, iogurte, doces e cosméticos, além de disponibilizar sua produção em pontos de venda locais e participar de feiras em Belo Horizonte e outras cidades.

Marli expõe há quase três anos na Feira Livre e disse que no domingo tinha hora certa para ir embora, mas, como o movimento estava muito grande, resolveu ficar mais tempo e acabou vendendo quase tudo o que tinha levado para expor. De acordo com ela, “esse tipo de evento, principalmente quando traz pessoas de fora da cidade, aumenta o público e, naturalmente, aumenta o volume de vendas também”.

No caso de Marli, trata-se também de uma boa oportunidade para que moradores de Itaguara e região tenham mais contato e entendam melhor como funciona a sua produção, já que, segundo a proprietária do Capril Santa Cecília, produtos derivados do leite de cabra ainda não contam com muita aceitação do público local, que está mais acostumado a tudo que é feito a partir do leite de vaca. “Em outros lugares, como Belo Horizonte, o interesse é maior, principalmente por parte de quem tem intolerância à lactose. Outra questão é o preço, que é um pouco mais alto, mas depois que a pessoa conhece todo o nosso processo de produção, passa a entender melhor e a valorizar mais o nosso produto”, afirma Marli.

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