quarta-feira, 30 de abril de 2014

Segundo aniversário do Musa com arte, cultura e participação

Matéria e fotos: Iza Campos

Arte e Cultura, duas palavras que agregam várias definições e conceitos, daí as diferentes possibilidades de se abraçar temas e atrações para um evento como o realizado pelo Museu Sagarana – Musa. Uma semana de conhecimento, cultura, debates, palestras, oficinas, shows e, sobretudo, participação popular. O 2º aniversário do museu foi marcado por grandes reflexões da visão do cidadão itaguarense sobre a sua própria cultura regional.

O museu teve o prazer de apresentar ‘Olhai os Lírios do Campo’, uma exposição fotográfica e instalação que resgatam a história de trabalhadores do campo para um universo amplo e mecânico da cidade. Projeto idealizado pelo artista plástico José Antônio de Castro, que traz para o nosso cotidiano uma visão que mescla realidade e a lembrança de um tempo em que o habitual era se viver e desfrutar da natureza encontrada na roça. A exposição trouxe diversas pessoas que nunca haviam entrado em um museu e, de repente, se viram ali, como inspiração artística - trazendo dignidade e protagonismo para essa parcela da comunidade de Itaguara, que, de forma heróica, resiste à pressão do mundo consumista e suas adversidades.

Entre as apresentações, como o emocionante Encontro de Sanfoneiros, no domingo de Páscoa, que reuniu famílias e adoradores da bela sanfona, as oficinas artísticas também possibilitaram ao Grupo de Idosos do CRAS e aos professores, outras experiências de criação e sensibilidade, que coloriu em uma cortina de monotipias e estamparias imagens do cotidiano.

O Projeto Vozes do Museu, deu oportunidade para a artista Madalena Rodrigues (Grupo Sementes da Arte), desenvolver suas habilidades e ofereceu ao público um momento diferenciado, onde o conto “O Espelho” foi teatralmente apresentado ao público dialogando com o espaço físico do museu.

Durante a programação tivemos uma aula aberta com o professor Aroldo Lacerda, apresentando práticas que podem ser desenvolvidas com educadores e alunos em visitas museais, que foi muito aplaudido pelos presentes que revelaram ser possível transformar a maneira de lecionar a disciplina de Educação Artística nas escolas.

As artes visuais também estiveram inseridas no evento, o documentário “O que eu quero das Flores” emocionou dezenas de pessoas que puderam conhecer a vida de uma artista – Dona Adelícia Amorim -, bordadeira, vida simples e comum como tantas itaguarenses que igualmente se dedicam a essa atividade.

Além dos eventos culturais, o Encontro de Lideranças Rurais ressaltou a importância do homem do campo, que funcionou como uma reunião para os moradores da zona rural exporem as suas sugestões e reinvindicações para melhorias, com a presença do prefeito Alisson Diego Batista.

A Guarda de Congado dos Marinheiros tocou a todos em uma apresentação antes do bate-papo, também regado a música, com o Frei Chico e o Pe. Mauro Passos, que enfatizaram a importância que devemos dar a nossa cultura de raiz para não perdê-la para as novas tradições.

E para fechar com chave de ouro a 2ª Semana de Arte e Cultura do Museu Sagarana, com a presença de Vilma Guimarães Rosa e seu marido Peter Quiney Reeves, o regente da Banda de Música da Polícia Militar de Minas Gerais, Tenente Tavares, inovou trazendo um repertório diversificado – de The Beatles a Tim Maia – que entreteve os presentes apreciadores da banda. A Praça de Convivência, ou do Museu como é popularmente chamada, se tornou um espaço para troca, intercâmbio artístico para integrantes da Banda de Música de Itaguara, que prestigiaram o evento. O violeiro Chico Lobo finalizou o grande evento e fez o público levantar, bater palma, dançar catira e cantar junto a ele. Além de contar causos, chamou cantores itaguarenses para subir ao palco e se apresentar. Chico fez muita gente rever bons momentos e fases da vida.

Para o produtor do evento Camilo Lélis a semana foi rica em atrações e conteúdos. “Foi um evento que agregou valores, integrando cidade e zona rural. Muito oportuno e feliz foi o projeto de Zé Antônio, pois através da exposição pudemos escolher outras atrações que debateram cultura popular, divulgando e ampliando os conceitos sobre nossas festas, tradições e expressão artística. É gratificante pensar um projeto, formatá-lo no papel e depois vê-lo ganhar corpo, oferecendo a socialização, encontro, aprendizado, apontando novos horizontes e descobertas. Difícil e trabalhoso, mas muito gratificante”.

Abaixo algumas fotos da apresentação da Banda Sinfônica da PM e do violeiro Chico Lobo:









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