sexta-feira, 15 de julho de 2022

Gratidão, Itabira!

Após 18 meses, chega o momento da partida. Nunca é fácil se despedir, sobretudo após uma experiência tão intensa. Fica a certeza do dever cumprido e da contribuição dada, além da imensa gratidão da vivência proporcionada pela Prefeitura Municipal de Itabira. A seguir, algumas linhas de uma prosa poética de despedida com uma foto do talentoso fotógrafo itabirano Filipe Augusto.


Alisson Diego. Março de 2022. Fotógrafo: Filipe Augusto

Itabira, em minha, é sinônimo de poesia


Versejados dias solares entremeio pandêmicas diuturnidades sôfregas

Itabira é fraternidade

Um florescer de amizades tão imprevisíveis quanto dadivosas

Itabira é pedra que brilha 

Meu coração é sangue que pulsa 

Meu olhar é esperança renovada 

Meu país é um mar de desalegradas expectativas 

E a cidade, a cidade me inspira a caminhar 

Itabira é alma sintonizada em Drummond 

Mineiridade escamoteada em humanidade 

É mar de serras e amores coletivizados 

Pluralidades 

Mineiressências que vencem egos 

Quando a vida, crua, insistir em me desanimar 

É na obra conflitiva e amorosa de Drummond que me refugiarei: 

"Este o nosso destino: amor sem conta, / distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, / doação ilimitada a uma completa ingratidão, / e na concha vazia do amor a procura medrosa, / paciente, de mais e mais amor. / Amar a nossa falta mesma de amor, / e na secura nossa amar a água implícita, / e o beijo tácito, e a sede infinita." (Trecho de Amar, poema de Carlos Drummond de Andrade em Claro Enigma, 1951). 

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